Entrevista ao sócio: Helga Sequeira da Florista Jardim


Q: Pode contar a história por detrás do seu negócio?

“Este estabelecimento tem uma longa história na Covilhã e, quando surgiu a possibilidade de assumir o negócio, foi algo que não queria perder.

Passei meses em formação e quando finalmente chegou o momento, os antigos proprietários transferiram a responsabilidade da loja para mim.

Percebi que esta era a oportunidade de possuir algo meu, um espaço onde poderia dar asas à criatividade e ser autenticamente eu mesma.”

Q: Qual foi o percurso profissional que o(a) levou até este estabelecimento?

“Desde pequena que adoro flores. Residi em Moçambique durante a minha infância, recordo-me de observar uma diversidade impressionante de flores e plantas e eu só desejava aprender sobre aquilo tudo.

Na minha volta a Portugal, explorei diferentes empregos na área do comércio e da restauração. Apesar do meu fascínio pelas flores, nunca considerei seguir profissionalmente nesta área. No entanto, quando a oportunidade de criar o meu próprio negócio surgiu, aceitei sem hesitar.

Foi uma experiência totalmente nova para mim, mas tenho gostado bastante. Ser profissional em arte floral não é tarefa fácil, estou em constante aprendizagem, pois há sempre algo novo e fascinante para descobrir.”

Q: Quais foram os obstáculos ultrapassados que hoje definem a resiliência do seu negócio?

“Não é um negócio fácil, mas algo que é fácil geralmente não vale a pena. Equilibrar as encomendas com os pedidos aos fornecedores no início foi um desafio, apesar da minha formação. Reconheço que foi necessário um período de adaptação.

Algo comum quando se trata de lojas que mudam de gerência é reconquistar os clientes. Surgem dúvidas e ceticismo, mas acredito que lidei bem com isso. Quero atrair clientes com algo único, e penso que a loja atualmente espelha essa perspetiva.”

Q: O seu comércio deixa uma marca inovadora na Covilhã. Quais são os pontos altos de estar/trabalhar nesta cidade?

“Sempre adorei a Covilhã, mesmo não sendo daqui, sinto-me parte desta cidade. É um lugar especial, tranquilo, longe da agitação das grandes cidades. Aqui, toda a gente se cumprimenta, tenho clientes regulares, é algo único. E hoje em dia, podemos partilhar e dar a conhecer o nosso trabalho em qualquer parte do mundo.”

Q: Tendo em consideração os diversos desafios e dificuldades que o comércio tradicional e local enfrenta na atualidade, quais são as suas perspetivas para o futuro?

“Cada arranjo que faço deve ser especial, quero explorar constantemente novas ideias para aprimorar o meu trabalho. Na arte floral, há sempre espaço para inovações e novos conceitos, e é por isso que o meu lema é estar sempre aprender. Detesto a ideia de ficar estagnada, então aproveito cada oportunidade que tenho para participar em formações.

Um dos desafios é a situação económica atual do país, que também a afeta o preço das flores e dos materiais. As pessoas esquecem-se disso. Sim, as flores era mais baratas, mas isso foi há um ano. Infelizmente, ficou tudo mais caro.

Outro desafio é tentar atrair clientes usando materiais amigos do ambiente. Os clientes mais tradicionais estão acostumados com o plástico, o que é normal, mas quero encontrar maneiras de utilizar materiais mais sustentáveis.

Afinal, isso é o futuro. O problema é que esses materiais tendem a ser mais caros.

O meu objetivo é continuar com o meu trabalho. Tenho o negócio há um ano, nunca irei parar e vou oferecer sempre o melhor aos clientes. Estou a trabalhar na criação de um Website, que, além das redes sociais, é uma outra ferramenta importante para divulgar o meu trabalho.”

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