Q: Pode contar a história por detrás do seu negócio?
“Isto era uma loja que já existia no Serra Shopping. Foi uma senhora que resolveu ter uma loja de doces, com gomas, pastilhas e chupa-chupas. Abriu em 2018 e eu comprei o negócio em 2020. Portanto, estou cá há três anos.
O que fiz foi desenvolver a loja, colocando mais produtos. Por exemplo, temos chocolates artesanais belgas, que são uma importação. Como é uma loja de doces, a ideia é haver de tudo o que sejam doces. Metade da loja, mais ou menos, é para as crianças e é self-service. Elas é que se servem. Para além disso, existe uma parte direcionada a um target diferente, mais adulto. Aí somos nós que servimos. Fazemos caixas de bombons e embrulhos personalizados. Os bombons são vendidos ao quilo.”
Q: Qual foi o percurso profissional que o levou até aqui?
“Eu sempre trabalhei na área comercial. Trabalhei na grande distribuição, no grupo E. Leclerc e no grupo Intermarché. Também trabalhei na área de eventos. Um dia, surgiu esta oportunidade. A loja era de uma amiga minha e eu sabia que ela se queria desfazer do espaço porque tinha outros negócios. Na altura da pandemia, o sítio onde eu trabalhava também fechou e eu não sabia quando é que ia reabrir. Então, mesmo em pandemia, fiquei com a loja.
Q: Quais foram os obstáculos ultrapassados que hoje definem a resiliência do seu negócio?
“O obstáculo foi a pandemia. Foi muito complicado. Para além de termos estado fechados, quando reabrimos tínhamos um horário mais reduzido, com o número de pessoas contadas na loja e não eram as pessoas que se podiam servir. E o que as pessoas querem é chegar e servir-se.
Tirando essa situação, eu acho que o negócio corre bem. Não me vou queixar da loja em si porque, depois de ter passado a fase da pandemia, as coisas voltaram a entrar nos eixos. As pessoas regressaram aos hábitos normais. Logo, está tudo bem.
Destaco também que nunca fizemos vendas online. Não faço porque tem a ver com o valor. Se eu for a desenvolver esse negócio das vendas online, depois não há braços a medir. Eu vejo muitas pessoas que trabalham na Glovo a virem buscar, por exemplo, uma pasta de dentes ao Continente. Há pessoas que estão em casa e fazem pedidos por tudo e por nada. Então, iriam ligar para pedir 100 gramas de gomas, passado um pouco, mais 50 gramas de gomas e isso não se justifica.
Nós, em épocas festivas como o Natal, Páscoa, Dia da Mãe, Dia do Pai e Dia dos Namorados, fazemos entregas. Mas somos nós, loja, a fazer as entregas. Por exemplo, temos muita gente que está no estrangeiro e que, no Dia da Mãe, gosta de dar uma prendinha à mãe. Por isso, fazem uma encomenda. Como é que isso acontece? As pessoas entram, antecipadamente, em contacto connosco, agendam o dia e a hora e nós vamos levar a encomenda à casa das pessoas.
No Dia dos Namorados também entregamos imensas coisas em casa das pessoas. É uma entrega personalizada. Se não tivermos hipótese de ir, então nesse caso, contactamos nós a Glovo ou outros sítios. Agora, no dia a dia, é um negócio que não dá para ter online. Para nós, seria mais um negócio, eu sei. Mas em dias de, por exemplo, muito movimento, ia ser uma chatice. Seria mais um bocadinho que o cliente teria de esperar. Por isso, no quotidiano, fazemos tudo e as pessoas vêm buscar a encomenda à loja.”
Q: O seu comércio deixa uma marca inovadora na Covilhã. Quais são os pontos altos de estar a trabalhar nesta cidade?
“O ponto alto de estar na Covilhã é que não há mais nenhuma loja deste género. Há aí lojas que também têm gomas e chupa-chupas, mas não têm esta variedade. Ainda não houve ninguém que abrisse e se especializasse em doces.
Estar no Serra Shopping é outro ponto alto, sem dúvida nenhuma. O facto de estar aqui é que faz deste negócio um sucesso. Para além de se tratar de um ponto estratégico. Esta loja está muito bem localizada. E tem a ver com isso, de estar no shopping. Se tivesse noutro sítio qualquer na rua, não ia ter o sucesso que tenho.
O horário do shopping também é alargado e isso ajuda. Estar sempre aberto, 12 horas por dia. As pessoas já sabem que se vieram, das 10h às 22h, nós estamos abertos. E há a questão da comodidade. A pessoa estaciona o carro e aqui não chove, não há frio, não há calor.
Se o shopping estiver cheio, nós vamos ser das lojas que vão vender mais. Todos os dias há gente no shopping e comprar doces acontece muito por impulso. No entanto, também temos os nossos clientes fidelizados e os que vêm de propósito por causa desta loja. Nas lojas de rua é completamente diferente. O centro da cidade está dinâmico e também há lá gente, mas aqui as pessoas vêm e o facto de estarem num sítio coberto proporciona mais compras.”
Q: Tendo em consideração os diversos desafios e dificuldades que o comércio tradicional e local enfrenta na atualidade, quais são as suas perspetivas para o futuro?
“Eu acho que nós vamos continuar a crescer. Tem tudo a ver com a mudança de sortido. Nós estamos sempre a mudar as coisas. Estamos sempre à procura de produtos novos. Temos muitas importações e há coisas que só nós é que temos na loja. Portanto, as perspetivas são boas.
Talvez até tenha outra loja no futuro, mas isso está no segredo dos deuses. Sempre foi um objetivo para mim ter duas lojas na cidade. Se calhar, uma próxima com este conceito, e com outra parte desenvolvida que é a parte dos eventos. Como os brindes para os eventos e candy bars, que é coisa que nós já fazemos. Eu acho que isso também é uma parte importante para o negócio. Mas penso que esta loja será sempre a loja número um, atendendo que está no Serra Shopping, muito bem localizada, e de as pessoas já conhecerem. Mas vamos ver como é que as coisas correm.”