Q: Pode contar a história por detrás do seu negócio?
“Começou com um franchising da Just 4 Kids. Quando esse franchising terminou, surgiu a necessidade de procurarmos outros fornecedores e conceitos para manter a loja aberta. Esta loja abriu em 2000 e, inicialmente, era exclusivamente Just For Kids. Em 2008, sensivelmente, é que passou para o nome da empresa que eu tenho registado.”
Q: Qual foi o percurso profissional que o levou até aqui?
“Foi uma coincidência. Eu sou alentejano, mas vivia em Lisboa. Trabalhava numa multinacional, enquanto a minha mulher é da Covilhã e tinha entrado para o hospital daqui como médica. O que aconteceu foi que que eu tive uma situação com o diretor geral da empresa onde estava e resolvi mudar de vida.
Houve depois um dia em que cheguei a uma papelaria, lá na zona onde vivia, vi o franchising da Just 4 Kids, e como tinha tido uma filha há pouco tempo, optei por abrir uma loja da Just 4 Kids. Foi a primeira que abriu no interior. Senti que havia falta no mercado de uma loja específica para crianças. Mais tarde acabámos por tomar outros rumos, como a parte do escritório e da iluminação.”
Q: Quais foram os obstáculos ultrapassados que hoje definem a resiliência do seu negócio?
“Os obstáculos é que aqui o mercado é muito pequeno. Pensava que esta zona ia ter uma dinâmica completamente diferente, fruto da A23, da Faculdade de Ciências da Saúde, da UBI, de uma série de coisas. Pensava que viriam, com certeza, mais empresas, mais pessoas. Mas não foi assim que aconteceu. A perspetiva não coincidiu com a realidade. Daí a necessidade de não estarmos limitados à loja e de termos contactos no exterior.
Outro aspeto é a localização. Na altura, quando eu vim para a Covilhã, por volta de 1999/2000, não se sabia ainda do Serra Shopping. Pelo menos, não se sabia em termos de quem não era de cá.
No entanto, a loja, ao estar em frente ao hospital e ao lado do estabelecimento do McDonald’s tornou-se uma zona de fácil identificação e de melhor acesso. Na altura não havia McDonald’s em outras zonas do interior a não ser na Covilhã. Eu estava num local muito fácil de localizar, sendo que o meu objetivo não era só a população da Covilhã, mas também todos os arredores, como Guarda, Castelo Branco, Pinhel, Bragança.
O que dificulta um pouco o acesso são as pessoas que estacionam aqui para ir para o hospital. Bloqueiam o estacionamento, pelo menos durante as horas mais nobres de trabalho no hospital.”
Q: O seu comércio criou raízes na Covilhã. Quais são os pontos altos de estar a trabalhar nesta cidade?
“Eu não vivo aqui na Covilhã. Eu vivo em Castelo Branco. Os pontos altos não são muitos porque a adesão das pessoas, de facto, tem sido baixa. Portanto, não posso dizer que hajam muitos pontos altos em relação à loja em si.
Já a cidade tem, efetivamente, um ambiente estudantil proporcionado pela UBI. Eu espero que seja um pólo galvanizador e que traga muitas pessoas a viver cá. Por isso, eu considero a UBI como o ponto alto da Covilhã.”
Q: Tendo em consideração os diversos desafios e dificuldades que o comércio tradicional e local enfrenta na atualidade, quais são as suas perspetivas para o futuro?
“Nós tentamos dinamizar a loja, criando um novo lettering, um novo visual, uma nova iluminação com LEDs, aproveitando o Programa Transformar Comércio, que houve por causa dos incêndios. Aproveitámos para remodelar um pouco a loja e torná-la mais apelativa. Quanto à divulgação, temos uma carrinha que nos faz as entregas e que faz publicidade à loja junto à estrada mais movimentada da Covilhã que é a avenida Alameda Pêro da Covilhã.
Para além disso, temos o site, a loja online. O objetivo é aproveitarmos tudo para chegarmos a mais clientes, não só os que nos visitam fisicamente mas também os que nos visitam eletronicamente.”